sábado, 10 de fevereiro de 2007

OVNIS (ou não )

Dizem que andam por aí. Como e onde, não sabemos. Há sempre quem veja um ou outro OVNI

Afirmam como de coisa real se tratasse.

Eu, infelizmente, nunca vi nenhum, mas afirmar que não há vida além do nosso planeta Terra, é coisa que não posso. Seria estupidez da minha pessoa fazer uma afirmação dessas. Deve haver vida inteligente lá noutras galáxias, e de vez em quando apetecendo-lhes dar uma voltinhas por estes lados, pegam seus veículos e aparecem por aí.

Como, se calhar, a nossa curiosidade é, de certa forma, grande, pomo-nos a olhar para o céu, de nariz no ar.

Há uns anos colocaram por iniciativa de um professor da Escola Preparatória da Carapinheira um sistema de observação de previsão do tempo. Alguns jovens interessaram-se por isso e faziam as observações utilizando o computador. Até lhes fizeram uma entrevista num jornal diário com direito a fotografia.

Estudaram com muito entusiasmo o céu, as estrelas, constelações e nebulosas. E como muito jovens que eram, fantasiavam empurrados por leituras que faziam. Também algumas vezes “ viram “ objectos estranhos nos céus. Mesmo, nós os mais velhos nos interessámos por tal estudo, acompanhando,por vezes as ditas observações.

Afinal foi um bom método para o estudo da geografia, começando assim um sistema bem diferente do ensino decorado do meu tempo.

O céu é um fascínio ! Aliás sempre foi.

Por essa época, apareceram nos jornais muitas noticias de pessoas que viram OVNIS.

Estes com técnicas muito avançadas traziam para a viagem espacial veículos de formas originais. Uns diziam serem do feitio de charuto. Outros afirmavam serem redondos e com luz verde..

Uma noite no Inverno, e vindos do ensaio do rancho folclórico, chegados a casa, deparámos com o meu marido, no quintal observando uns raios de luz, fortes, coloridos e que se movimentavam procurando algo no céu. Claro ! Um OVNI!

Eu e o meu filho Zé, o mais novo, chegámos e também vimos. Ele era um interessado nessas tais observações. Meio em pânico, ficámos olhando durante algum tempo. Foi aí que uma ideia se apoderou de nós. Telefonar para o jornal avisando da estranha presença. Ainda bem que não o fizemos.

Os vizinhos, mantinham-se em casa, alheios a tal fenómeno. Só nós os três faziamos conjecturas. Eles andavam por ali. Que quereriam eles ?

Mudámos de sítio percorrendo o quintal, mas de todo o lado se viam os mesmos raios luminosos e coloridos percorrendo o céu.

E se fossem mesmo extraterrestres ? Se no quintal aterrasse naquele momento a nave com gente esquisita de côr verde e olhos vermelhos ?

É que a nossa imaginação aliada ao medo já via alguém a sair e dirigir-se nos . Como nos iríamos entender ? Logo se veria Que aterrassem mesmo ali !!

E os raios luminosos quase tocavam as nossas cabeças parecendo cada vez mais baixos.

Viamos uma grande bola de luz lá em cima, tocando as pontas altas dos pinheiros.

Isto demorou até que madrugada alta chegou o meu filho mais velho, o Pedro, vindo também da rua. O barulho da velha motorizada tranquilizou-nos.

Chamámo-lo. Entrou, mãos nos bolsos e admirou-se de nos ver ainda levantados àquela hora tardia.

__ Aconteceu alguma coisa ?

__ Viste o que se passa na rua ? Não viste os raios luminosos ?

__ Vi, disse ele, já a sorrir.

Com uma gargalhada sonora, exclamou:

_ Vocês são mesmo doidos ! Aquilo que vocês estão a ver, é um sistema novo de publicidade a uma discoteca aqui perto.

Mistério desfeito !

Fomos para a cama sonhar e pensar nos OVNIS, que mais não eram que simples e inocente publicidade a um local de diversão.


Natércia Martins



2006

Sem comentários: