Sempre que tenho os netos em
casa levo com uma overdose de desenhos animados. De todas as espécies.
Coloridos, a preto e branco, com orelhas grandes, corninhos, dentuças grandes,
óculos etc etc.
Há desenhos para todos os
gostos conforme o público. Se os espetadores forem mais pequenos os bonecos são
muito básicos e com falas tão fáceis que eles percebem tudo. O cenário é no
jardim onde as árvores ganham vida, olhos e falam, também. Há Arvores que
ganhando pernas mudam de sítio e são dos maus ou dos bons, como eles lhes
chamam. Há príncipes e princesas, um dragão com escamas reluzentes e, claro, a
espada que lança labaredas.
Os maus são castigados com
espadas de fogo. Os bons têm olhos grandes, óculos e as meninas cabelos loiros
e compridos quase até aos pés. Os bons são recompensados quase sempre com uma
canção e o episódio termina.
Admiro quem desenha, faz a
produção e quem “dobra” para que as falas coincidam com a boca da personagem.
Há guerras e choros assim com
risos e cantigas.
De vez em quando, com a casa
em silêncio, há uma gargalhada que surge de um sofá onde uma das crianças se
afundou.
Até eu gosto de ver os
desenhos animados. Entro com os meus netos dentro da televisão e também faço
parte da brincadeira.
É engraçado ser criança. Para
eles aquilo faz parte da génese e também eles entram de cabeça dentro da
televisão. Se preciso ficam ali uma tarde inteira.
Não ouvem o que os rodeia. Falamos
e é como se falássemos para a parede.
No meu tempo de criança era
tudo muito diferente. Em primeiro lugar não havia televisão. Brincávamos na rua
também com castelos, príncipes e princesas forjados em cada árvore, pedras ou
mesmo a própria rua. Jogos de futebol onde as balizas eram os chinelos meio
enterrados na terra. Sem jogadores certos e sem tempo também. Acabava quando
chamavam para jantar. Sem ganhadores ou perdedores e sem árbitro. Nem treinador.
No meu tempo de criança já
havia umas publicações com desenhos e figuras que ganhavam vida nas nossas
cabeças fazendo nós mesmo o filme conforme a nossa imaginação. Nem era mau. Havia
uma que colecionámos, eu e o meu irmão, quase todos os episódios. Era o
Cavaleiro Andante. Quem não conhece? Muita gente, colecionou. As figuras
desenhadas ganhavam vida. Corriam quase sempre a cavalo. Um cavalo branco e as
crinas ao vento. E cada quadradinho era uma fonte para a nossa imaginação.
Mas o que teve mais longevidade
foi sem dúvida o Tio Patinhas que ainda hoje faz as delícias de miúdos e
graúdos.
O Tio Patinhas assim chamado
pelo sobrinho Pato Donald.
Personagem americana é uma
série criada em histórias aos quadradinhos. É o pato mais rico do Mundo e tem
uma fortuna que faz dele o dono de um vasto Império. Os Irmãos Metralha, quem
se lembra? São uma quadrilha de ladrões, sempre atrapalhados e também sempre
metidos em apuros. Eles tentam roubar a caixa forte do Tio Patinhas. É que,
sendo ele assim tão rico faz a cobiça dos Metralha e não só. Ele também tem
medo da Bruxa Patólica, sempre à espreita de ficarem com a fortuna guardada
numa caixa forte dentro de uma banheira onde o tio toma banho ou anda de barco.
Quem é o Tio Patinhas?
Do que me lembro, começou, a
trabalhar como engraxador e ganhou a sua primeira moeda. A nº 1, ou seja: a sua
moeda da sorte que guarda religiosamente.
Conta e limpa as moedas todos
os dias.
Estes desenhos animados foram
inicialmente feitos em histórias aos quadradinhos nuns almanaques e com o
correr do tempo foram sendo adaptados tanto ao cinema como à televisão.
O autor criou, ainda, alguns
familiares como a Vóvó Donalda,os sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho. O
Professor Pardal, Gastão,e o irritante vizinho Donald, sempre à espreita.
Não me posso esquecer do
Mikey.
Aventuras de um pato ou um
rato que ficaram para a História.
O Capitão América, Asterix, o
Homem Aranha e Batman. Diferentes no estilo mas que fazem as delícias da
criançada e não só.
Natércia Martins
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