Porque é que eu, no limiar do meu Outono de vida, hei-de falar da Primavera !
Embora seja uma estação do ano com encanto, a Primavera da vida não poderei já, vivê-la. Só recordar .....
E vou recordando a minha luta com os livros que ao abrir me mostravam o que de melhor havia na natureza, em outras paragens longínquas. E dou comigo cavalgando montes e vales, num cavalo branco com os cabelos ao vento, embora saindo em pensamento de dentro das páginas dos livros.
Assim conheci muito do mundo que me rodeia. Algumas primaveras e não só.
A cada página que eu ia folheando, via casas, árvores pessoas e pássaros.
E foi assim, no início da Primavera da da minha já longa vida, que despertei e conheci o MUNDO.
E a primavera renovou-se ainda mais, alguns anos depois. A Primavera renova-se todos os anos com encantos sempre diferentes.
Uma dessas Primaveras surgiu quando nasceu a minha primeira filha. Tinha nos seus olhos negros todo o brilho de dois sóis e na cara o rosado de um botãozinho de rosa.
Depois mais duas Primaveras se sucederam na minha vida: os meus dois rapazes.
Não menos rosados, não menos em flor.
E agora que o Outono da minha vida está a terminar e vou entrar na última estação: o Inverno, fez-se de novo Primavera ! Os meus dois meninos, de olhitos muito negros e faces rosadinhas: A minha Sara e o irmão Manelito
Natércia Martins
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